quinta-feira, 2 de setembro de 2010


A MISOGINIA MEDIEVAL NA DEMANDA DO SANTO GRAAL E EM ALGUMAS CANTIGAS DE AMOR DE TORNEOL



Aldilene Lopes de Morais
Suzane Reis da Costa
Universidade Federal do Pará

RESUMO:
O presente trabalho procura mostrar que a mulher em alguns momentos, (apesar de não serem muitos) tinham voz e eram equiparadas aos homens. A princípio se fará um estudo do gênero medievais com um pequeno levantamento sobre o que se pensa e se escreve a respeito da mulher no período da Idade Média. Como forma de mostrar esses aspectos, usar-se-á alguns aparatos literários produzidos nesse período tais como: A Demanda do Santo Graal e Cantigas trovadorescas. Com isso é possível observar como a mulher era vista e entendida nesse período. Busca-se mostrar outra versão sobre a figura feminina enquanto ser social, apresentando timidamente que a mulher não era totalmente excluída da sociedade. Vale ressaltar que o trabalho não tem como pretensão ir contra tudo o que já se escreveu sobre a mulher, porém pode-se abstrair e inferir outras interpretações no que diz respeito à mulher.


 I - INTRODUÇÃO
Sabe-se que a Idade Média é predominantemente masculina, já afirmou Georges Duby (1988, p. 06). Tudo o que se construiu com relação à mulher, só se conhece sobre a ótica misógina, tendo em vista que nesse período as vozes que ecoam estão centralizadas em um discurso antifeminista.
Antes de adentrar na análise sobre a mulher na Idade Média faz-se necessário frisar que não se pode trabalhar com o medievo sem se fazer relação com Igreja e a Bíblia, pois a mentalidade dessa época é predominantemente cristã.
Tanto Duby, como Bloch irão expor os pensamentos que cerceavam o período medieval, centrava-se em uma aversão a tudo que estava relacionado a mulher, contudo é importante lembrar que esse  pensamento estava incutido nos homens e que a preleção do momento em questão era fundamentalmente misógino.
A partir desse pressuposto a mulher era vista como um ser inferior ao homem não tinha voz na sociedade, portanto não eram vistas como um ser social, por conta disso surgiam alguns interditos relacionados á mulher, como um ser submisso, e que esta predestinada a ser leiga por não ter capacidade cognitiva, dessa forma entendia-se que os pensamentos da mulher são mais voltados para o que supérfluo, ou seja, ao que não é vital para o desenvolvimento da sociedade, por isso ela , esta ligada a capacidade mental do homem, visto que se imagina que os homens possuíam mais profundidade de pensamento e também mais originalidade afirma Bloch( 1995, p. 78)
A necessidade de controlar o comportamento da mulher era vital, pois a Igreja passa agregar a responsabilidade de ser interventora e formadora de ditames, daí a própria instituição assume um papel ideológico. Em decorrência dessa postura, a Igreja constrói em volta todo um aparato de controle de massa tais como: a questão da virgindade, mas em contradição a essa idéia a importância do casamento, há também o surgimento do amor cortês.

                                                                             
VIRGINDADE E CASAMENTO                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                         
R. Howard Bloch destina um tópico específico sobre virgindade na obra a Misoginia Medieval. No medievo a virgindade é um assunto muito complexo e contestado, sendo que muitas das imagens que cercam a virgindade estão centradas na noção de uma integridade corporal que oferece a oportunidade de renunciar sexualidade. Porém é nesse momento que se afirma a importância de ser casto no corpo, porém não é o bastante visto que pode está nos olhos o desejo e, daí o pecado. Portanto, a virgindade pode ser algo inalcançável, pontua Bloch (1995, p.133) tornando-se contraditório, pois como
Em contrapartida o casamento é de fundamental importância para dá continuidade a formação da sociedade. No qual a um modelo de casamento apropriado para a transmissão unilateral do feudo como uma série de alianças entre senhores de terras com mútuas obrigações. As alianças feitas de comum acordo tinham como essência a permanência da tradição, e como pano de fundo a manutenção e o fortalecimento dos assuntos relacionados as terras, visto que uma das formas de poder consistia fundamentalmente em possuir terras , e para se manter intacto ao patrimônio era necessário promover alianças.
O casamento apresenta um caráter moralizante para uma sociedade predominantemente regida pelos valores cristãos. Segundo Duby 1989, p.30:

Há acordo, em primeiro lugar, nesse postulado, obstinadamente proclamado, de que a mulher é um ser fraco que deve necessariamente ser subjugado porque é naturalmente perversa, que ela está destinada a servir o homem no casamento e que o homem, tem o poder legítimo de servir-se dela. [...] o casamento forma o embasamento de ordem social [...] (DUBY, 1989, p.30).
                
O enlace matrimonial era visto como forma de impor regras a toda uma sociedade, para que não se portassem de modo pecaminoso diante do sexo, mas usá-las para conservar a castidade. Percebe-se que há uma contradição, pois não se pode casar e conservar-se virgem. A igreja pensando nessa questão impõe algumas regras para a sacralização nupcial. O sexo era necessário apenas como meio de procriação, de perpetuar a descendência, no entanto, o prazer carnal era proibido.

 AMOR CORTÊS

Encontramos dentro dessa sociedade um Amor Cortês denominado por Duby (1988 p.) como amor “delicado”, segundo os estudiosos o amor era concretizado fora do casamento, de acordo com essa concepção de amor, esses pensamentos divergiam dos preceitos pregados pela moral cristã. Por outro lado o amor cortês era tido como forma de moralizar, pois a dama que era cortejada não deveria aceitar a corte do amante, pelo fato desse amor só acontecer fora do casamento, então era necessário criar estratégias para que a mulher não se desvirtuasse do verdadeiro propósito do casamento, as cantigas de certa forma servem como meio de incutir essa moral para as mulheres, indicando como elas deveriam se portar diante de um amante. Vamos adentrar com mais minúcia com relação às cantigas trovadorescas no desenrolar da pesquisa.
Para Duby (1988 p.60) a criação do amor cortês na verdade é de cunho educativo, que tem como intenção dizer às mulheres o que elas não deveriam fazer, visto que ao contrário de que muitos dizem de que o amor cortês é uma invenção feminina, podemos contestar: como isso seria possível em uma sociedade totalmente misógina?
Duby afirma (1988, p. 61) “Era um jogo de homens e, entre todos os textos que convidam a ele, há poucos que não sejam, no fundo, marcados por traços perfeitamente misóginos.”

 CANTIGAS TROVADORESCAS
Levando essas informações em consideração as cantigas trovadorescas que serão utilizadas terão como propósito auxiliar no tema proposto.
Vejamos a cantiga de amor de Torneol
“Quando mi-agora for’ e mi alongar
de vos, senhor, e non poder’veer
esse vosso fremoso parecer,
quero-vus ora por Deus preguntar:
Senhor fremosa que farei enton?
Dized’ ay coita do meu coraçon!

E dizede-me: em que vus fiz pesar,
por que mi-assi mandades ir alhur viver!
E pois m’ eu for’ e me sem vos achar’,
Senhor fremosa que farei enton?
Dized’ ay coita do meu coraçon!

E non sei eu como possa morar
u non vir’ vos, que me fez Deus querer
ben, por meu mal; por én quero saber:
e quando vus non vir’, nem vus falar’,
Senhor fremosa que farei enton?
Dized’ ay coita do meu coraçon!
(TORNEOL apud BRAGA, 1945, p.149)

No que concerne a estrutura da cantiga de Torneol, é possível identificar elementos da terminologia poética que Moisés (2008, p.31) dispõe. Dentre elas é possível identificar a Tensão, ou seja, há a presença de um eu-lírico que dialoga com a idéia de um amor relacionado com a mulher amada, tentando a todo o momento reafirmar um sentimento cortês. Outro recurso formal encontrado na cantiga de amor em questão é o dobre e o mordobre, que consiste na repetição de uma palavra ou mais no interior da estrofe, podemos encontrar esse recurso poético expressão non vir.
Para intensificar o sentimento amoroso o eu - poético utiliza-se do paralelismo, por isso, a cantiga recebe o nome de paralelística, ou seja, o trovador recorre a esse artifício para tornar mais notável o sentimento amoroso.
O eu - lírico fala de um afastamento em relação à senhora e que isso se dá por conta da dona o pedir, isso é perceptível nos versos 2 e 3 da segunda estrofe, podemos inferir que no momento em que a dama descobre um sentimento amoroso que ele tem por ela, podemos induzir que a senhora o rejeita de forma que o quer longe.
A cantiga em questão retrata um interesse didático, pois a dama possui um comportamento moralizante segundo o que a sociedade medieval cristã pregava dessa forma o amor fora do casamento era inaceitável, e quase sempre a dama era uma mulher casada e que essa postura adotada por ela, deveria ser um modelo a seguir.
A Cantiga apresenta um caráter misógino, pois no 6 verso da 1 estrofe o trovador atribui seu sofrimento a senhora e de forma direta ele diz que a senhora (mulher) é causa de toda sua dor.Segundo Bloch a mulher assume uma sentido pejorativo, a qual causa sofrimento. O eu - lírico entende que a mulher ao mesmo tempo em que é uma criação divina é também um mal que o corrompe, pois ele o deseja, entrando em contradição com o que é defendido nesse período sobre virgindade já mencionado anteriormente.
O comportamento masculino é de aversão ao feminino, no entanto junto desse sentimento há uma relação de vassalagem do homem para com a mulher, tendo em vista que nesse momento a sociedade é estritamente feudal. Isso questões são visivelmente na cantiga de Torneol.
Vale ressaltar que essa aversão ao feminino que entendemos como misoginia, apresenta-se de forma velada nas cantigas, pois a primeira interpretação que geralmente se faz das cantigas de amor é de um caráter romantizado com relação ao amor e a mulher, sempre visto geralmente como um ser idealizado e intocável pelo trovador. Em contrapartida é possível inferir que de forma dissimulada se constrói um discurso misógino.
 Em sua obra Bloch (1995) ressalta que a mulher assume uma dualidade no que concerne sua postura angelical e diabólica. O autor afirma que:

“Em vez disso, se diz: “você é ao mesmo tempo, simultaneamente, a ‘esposa de Cristo’ e o ‘Portão do Diabo’, Sedutora e redentora, mas nunca o meio-termo. Os efeitos dessa contradição coincidente são certamente poderosos e de grande extensão. (BLOCH, 1995, p.112)

Na cantiga também de Torneol temos uma dama inacessível ao trovador. Vejamos:
  Mya senhor, quen me vos guarda,
guarda min- e faz pecado-
d' aver ben, e non aguarda
como faz desaguisado;
mays o que vos dá por guarda,
em tan bom dia foy nado,
se dos cen olhos bem guarda
o vosso cós [corpo] bem talhado.

[94] Se foss' eu o que vos leva,
levar-m'ia em bon dia,
ca non faria má leva
d' outre, e mays vos diria:
por que vós levades leva
por vós coytas noyt' e dia.

Mya senhor, que[m] m' oje manda,
a vós manda fiz, sen falha,
por que vós por mya demanda
nunca destes ũa palha,
myas aquele que vos manda
sey tanto, se Deus me valha,
que, pero con vosco, manda,
por vós pouc' ou nemigalha.
(
Nessa cantiga de amor de Torneol é possível identificar elementos poéticos como a fiinda que tem uma estrofe de estrutura própria, mas ligada pela rima ao resto da cantiga que serve de remate, como exemplo temos: manda, valha,nemigalha,falha e palha .Outra terminologia poética ocorre com o dobre e mordobre, pois há uma repetição de  palavras tais como: guarda,leva,dia,manda.
Essas terminologias têm como finalidade atribuir uma estrutura própria as cantigas trovadorescas, pois elas entram em desuso, com o declínio do trovadorismo.
No início da cantiga o eu – lírico expõe que a mulher é um objeto de pecado e de corrupção. O corpo da senhora é apresentado pelo trovador como a causa de seu desejo, consequentemente de seu sofrimento amoroso. É preciso frisar que esse desejo não é algo exacerbado, mas contido, pois a sociedade medieval era extremamente conservadora e moralista.

 O EPISÓDIO “A FILHA DO REI BRUTOS”
Segundo André Vauchez (1975 p.33) a Idade Média é intrinsecamente ligada à espiritualidade cristã, a Igreja pregava que a história e o destino das pessoas ocorriam por conta da intervenção divina. A sociedade da época estava convencida de se manter a espiritualidade e buscava-se aproximação do que é divino e, o clero os persuadia a pensar assim, de forma que os fatos ocorridos convinham para a volta de Jesus cristo, por isso a todo o momento precisavam buscar a purificação de suas vidas, para alcançar a salvação eterna. Percebe-se essa visão na novela A Demanda Do Santo Graal, em que alguns cavaleiros almejavam a purificação e salvação. Dessa forma há uma constante busca pela santificação, a qual só se alcançava estando separado da vida mundana. Esta constante busca, tinha o intuito de aproximar os homens o mais próximo possível do sagrado. Como afirma Vauchez (1975, p34) O cristianismo desse período era vivido em um grau de perfeição inacessível comum aos fiéis.
Segundo Mongelli (1992, p.17) “A Demanda” pertencia ao chamado ciclo “bretão” ou “arturiano”. A Demanda do Santo Graal é de tradução portuguesa do original francês, está inserida no último ciclo da Post – Vulgata “(escrito provavelmente entre 1230 e 1240)” como cita Mongelli (1992 (1992, p.60)
Massaud Moisés (2006, p.60) afirma que o graal trata-se de um “cálice com que José de Arimatéia colhera o sangue derramado por Cristo na cruz”. A “Demanda é a procura do objeto sagrado (o Graal) pelos cavaleiros. Vale ressaltar que a expressão Demanda refere-se à Demanda do Santo Graal, já mencionada anteriormente. A Demanda do Santo Graal segundo Massaud Moisés (2008, p.35) é considerada uma novela de cavalaria e simbólica. Os cavaleiros lutam por chagar a comunhão sobrenatural, mas só um logra atingir o objetivo comum, que seria a purificação da alma e a busca pela perfeição, daí se faz referência na obra o termo “Escolhido” ao referir-se ao cavalheiro Galaaz, o qual é dotado de um nome que provém de genealogia bíblica em que simboliza um novo Cristo ou um Cristo sempre vivo, em peregrinação mística pelo mundo.
Em síntese, a novela inicia-se com o dia de Pentecostes, no Reino de Artur em Camaalot, em que os cavaleiros estão reunidos na “távola redonda”. Galaaz é o cavaleiro escolhido e tira a espada fincada no “Padron” (Moisés, 2006 p. 38).     É interessante que a “Demanda” retrata uma sociedade medieval em que o paradigma cristão de vida social era preponderante. O elemento religioso se mescla com os feitos dos grandes guerreiros. “Quanto à junção dos dois veios há o guerreiro e o religioso (...)”, como expõe (Mongelli, 1992, p. 57)
Observa-se na novela de cavalaria A demanda do Santo Graal mais precisamente no episódio “A Filha do rei Brutos” uma imagem diferente da mulher da que vimos nas cantigas. A filha do rei Brutos repassa uma imagem pejorativa com relação à mulher, visto que ela quem toma a iniciativa de revelar seu amor a Galaaz, sendo que há uma tentativa para concretizar o sentimento que ela tem para com ele. No entanto Galaaz é considerado como o “puro dos puros” dentro da Demanda, por conta disso é impossível que ele possa correspondê-la, pois ele procura sua castidade a fim de alcançar a salvação. Podemos inferir que a mulher tenta desafiar a integridade de Galaaz e nesse momento ela é tida como uma grande inimiga ao homem, mais precisamente a Galaaz.
Dessa forma, a figura da filha do rei Brutus, é usada para mostrar como as mulheres, não deveriam se portar diante de um homem, isso é notável no momento em que ela suicida-se, esse ato pode ser interpretado como uma maneira de conter atitudes que se afastassem do comportamento instituído.
Com base nessa discussão podemos inferir que é possível termos outra visão acerca do que já se disse sobre a mulher, porém não para desconsiderar as argüições que já foram feitas durante todo o período mais para acrescentar um novo olhar. Contudo para que isso seja possível, teremos como base  alguns momentos em que é perceptível a presença de uma mulher que possui uma importância e que essa imagem da mulher pode ser reavaliada.Nessa linha de pensamento a obra História das Mulheres de Suzanne Wemple. (1990 ,p.229) nos faz conhecer uma outra vertente no que tange a história das mulheres, no período da Idade Média. Com isso Suzanne Wemple discuti essa vertente no séc. V dizendo que as mulheres eram valorizadas porque forneciam uma rede de laços de parentescos como esposas e mães e constituíam também inspiração como educadoras e auxiliares, cuidavam tanto dos homens no campo de batalha levando-lhes comida e encorajamento, bem como cuidados aos feridos. Algumas eram veneradas como profetizas,o que de certa forma  ajudou a consolidar o catolicismo pontua Rosana Santos (2006,p.133)
 Com base no que foi exposto anteriormente e segunda a Bíblia há relatos de algumas mulheres que fizeram parte de um momento de grande relevância no passado, essa ocasião ocorreu na noite de Pentecoste de 33 EC na qual 120 discípulos tanto homens como mulheres estavam reunidos para contemplar e receber o Espírito Santo e essas mesmas mulheres tiveram a oportunidade de profetizar ao lado dos outros  discípulos de Jesus, no entanto não podemos de forma incisiva afirma que as mulheres não tiveram participação em grandes momentos no passado.Vejamos o que diz o texto bíblico:

“E nos últimos dias acontecerá, diz Deus, que do meu Espírito derramarei sobre toda carne; e os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos jovens terão visões, e os vossos velhos sonharão sonhos;
E também do meu Espírito derramarei sobre os meus servos e minhas servas, naqueles dias e profetizarão;
 (Atos 2:17-18. A Bíblia sagrada, trad.João Ferreira de Almeida, 1995, p.97)”
Sabe-se também que a sociedade da época estava vinculada sob um sistema feudal e que tem por base a instituição familiar, sendo assim, a mulher tem uma grande responsabilidade na educação dos filhos.  Pensando nisso a mulher segundo a Bíblia está equiparada ao homem, encontramos essa questão em que Efésios 6:1-2, em que se ordena que os filhos prestem devida honra tanto ao pai quanto a mãe por conta dessa declaração é possível compreender um equilíbrio de forças em relação às obrigações que os filhos deveriam ter em relação aos pais.
Vejamos:
“Vós filhos, sede obedientes a vossos pais no Senhor, porque isso é justo.
Honra teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa.”
(“Efésios 6:1-2”“. A Bíblia sagrada, trad.João Ferreira de Almeida, 1995, p.97)”

A discussão acerca da misoginia nas obras a Demanda do Santo Graal e nas Cantigas de Amor portuguesas de Torneol e a referência bíblica nos possibilitam ter uma visão acerca do que se pensava no período medieval a respeito das mulheres. Esse pensamento cerceava todo o período que repercutia nas obras literárias produzidas nesse momento. Foi possível perceber que sempre se buscava inferiorizar a imagem feminina e o discurso que se propagava era essencialmente misógino, no entanto foi possível abstrair outros possíveis olhares em que a mulher tem uma postura diferente do que se difundia até então.

 Referência Bibliográfica

A Demanda do Santo Graal. In: SPINA, Segismundo. Era Medieval. 7 ed. São Paulo: DIFEL. p. 63-9.
ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada. São Paulo: Sociedade Bíblica no Brasil. 1995.
BLOCH, R. Howard. Misoginia medieval e a invenção do amor romântico ocidental. Rio De Janeiro: Ed. 34, 1995. 280 p.
GEORGES, Duby. Idade Média, idade dos homens: do amor e outros ensaios. São Paulo: Companhia das Letras, 1989. 215 p.
LAPA, Manuel Rodrigues (Ed.) Cantigas d’escarnho e mal dizer dos cancioneiros medievais galego-portugueses. 3. Ed. Ilustr. Lisboa: João Sá da Costa, 1995.
MOISÉS, Massaud. A literatura portuguesa através dos textos. 30 ed. São Paulo: Cultrix, 2006.
MONGELLI, Lênia Márcia de Medeiros. A demanda do Santo graal. In: A literatura Portuguesa em perspectiva: Trovadorismo/Humanismo. São Paulo: Atlas, 1992. V. 1 p. 55 – 78.
TORNEOL, “Quando mi-agora for’ e mi alongar’”. In: BRAGA, Marques (org.). Cancioneiro da Ajuda. Lisboa: Sá da Costa, 1945. V. 1, p.149.
TORNEOL. “Quer’ eu a Deus rogar de coraçon,” In: BRAGA, Marques (org.) Cancioneiro da Ajuda. Lisboa: Sá da Costa, 1945. V. 1, p. 147 – 148.
VAUCHEZ, André. Espiritualidade na Idade Média sec. VIII – XIII. Ed. Estampa. Coleção: Nova História, 1975.
WEMPLE, Suzanne Fonay. As mulheres do século V aso século X IN: História das Mulheres.Ebradil,1990. p.227 a 265

2 comentários:

  1. Sumamente fermoso,non pode estar mellor
    Graciñas por compartilo comigo.
    Apertas
    Ana

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  2. Obrigada Ana, sua visita nos alegra. E seus comentários: estímulo.
    Bjs, anamerij

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